Hoje eu trago uma dica de leitura rápida mas nada simples. O perigo de uma história única escrito por Chimamanda Ngozi Adichie, elaborado a partir de uma palestra proferida que alcançou muitas visualizações no youtube, discute as problemáticas causadas por uma única narrativa construída sobre um povo, um gênero, uma raça ou classe social e as violências cotidianas reproduzidas a partir disso. A erradicação de pluralidades e singularidades pela redução de sujeitos a características iguais e hegemônicas.
“A história sozinha cria estereótipos, e o problema com estereótipos é que não é que eles não são verdadeiros, mas que eles são incompletos. Eles fazem uma história se tornar a única história.”
Chimamanda afirma ainda que é impossível falar sobre história única sem falar sobre poder. Histórias são definidas por como são contadas, quem as conta, quando e quantas histórias são contadas.” Poder é a habilidade de não só contar a história de uma outra pessoa, mas de fazê-la a história definitiva daquela pessoa.”
Pessoalmente meu primeiro contato com Chimamanda foi avassalador. Vivi um boom de reflexões de como os estereótipos nos movem cotidianamente, nos fazendo excluir determinados aspectos não apenas de lugares, mas de idéias e mesmo de pessoas em si mesmas por determinados atributos e suas "histórias únicas". De imediato sua fala veio de encontro a minha vivencia de escutadora de histórias. Quantas vezes escutei narrativas de dor provenientes de experiências de violências causadas por sujeitos sendo reduzidos a estereótipos!
Fica o convite para refletirmos em quantas histórias únicas passamos a vida inteira acreditando, reduzindo nossas experiências e impactando nossa visão sobre nós mesmos e o mundo.
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