“As vezes as pessoas não conseguem identificar seus sentimentos por eles terem sido desconsiderados quando elas eram crianças. A criança diz: Estou brava, e o pai ou a mãe diz: É mesmo? Só por causa dessa bobagem? Você é tão sensível. Ou a criança diz: Estou triste e o pai ou a mãe falam: Não fique triste. Ei, veja um balão! Ou a criança diz: Estou com medo, e o pai ou a mãe respondem: Não há nada com que se preocupar. Não seja um bebê. Mas ninguém consegue manter sentimentos profundos trancados para sempre. Inevitavelmente quando menos esperamos – vendo um comercial, por exemplo-, eles escapam.
“Não sei por que isso me deixa tão triste”, Charlotte disse sobre o comercial do carro. “
Livro talvez você deva conversar com alguém
Lori Gottlieb
“Não sei porque reajo assim” é uma fala extremamente recorrente no consultório. A sensação de ser tragado pelas emoções, não entender e não conseguir expressar o que sente pode ser extremamente sofrida, assustadora e desorganizadora.
Parte do trabalho de um psicólogo é emprestar palavras para que aquele que sofre possa começar a investigar, nomear e aos poucos ir construindo um repertório que se aproxime e traduza a experiência interna. É um processo que exige condições específicas, facilitadoras e é extremamente emocionante testemunhá-lo acontecer.
Partilho do desejo de que a experiência significativa de aprendizagem nesse espaço se estenda para fora do setting terapêutico e possamos ser protagonistas da construção de uma cultura que não tenha medo de sentir.
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